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domingo, 8 de setembro de 2024
Edmundo González se vê obrigado a deixar o país que o elegeu presidente
Caçado pela ditadura que derrotou nas urnas, ele pediu asilo à Espanha
DO DIÁRIO DO PODER
Edmundo González Urrutia, presidente eleito da Venezuela cuja vitória foi roubada pelo ditador Nicolás Maduro.
Davi Soares
O governo da Espanha aceitou pedido de asilo político do ex-candidato a presidente da Venezuela, Edmundo González, que derrotou o ditador venezuelano Nicolás Maduro e estava abrigado na embaixada espanhola em Caracas. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, informou neste domingo (8) que o opositor do ditador Maduro decolou da capital da Venezuela para a Espanha, em avião da Força Aérea Espanhola.
González seria preso, se não deixasse o país, após ser apontado como vencedor contra Maduro, na eleição que o ditador é acusado de fraudar.
Em nota, o governo espanhol do presidente Pedro Sánchez disse que providenciou os meios diplomáticos e materiais necessários à transferência de González, efetuada a seu pedido. “O Governo da Espanha reitera o seu compromisso com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos, especialmente dos líderes políticos”, ressaltou.
Oposição provou sua vitória
Há cinco dias González foi alvo de ordem de prisão expedida pela “Justiça” da Venezuela, controlada pelo ditador. O ex-candidato da Plataforma de Unidade Democrática (PUD) foi acusado de promover a publicação dos resultados eleitorais atestando a derrota do ditador Maduro.
A apuração paralela da oposição foi possível graças à obtenção de cópias fotográficas de cada uma das atas eleitorais de todas as seções, assinadas pelos mesários e fiscais dos partidos, e com um QR Code reunindo o conteúdo de cada urna, como número de votantes e a votação de cada um dos candidatos.
A computação dessas atas eleitorais apontou a vitória de Edmundo Gonzáles com 67% dos votos, em resultado auditado pela Organização das Nações Unidas (ONU), pelo prestigiado Instituto Carter e por uma equipe de técnicos e especialistas reunida pela Associated Press (AP), uma das mais importantes e tradicionais agências de notícias do mundo.
Ditadura não pôde impedir saída
A ditadura não teve alternativa senão evitar obstáculos à saída de Gonzáles do país. Um eventual ataque ao comboio de veículos de diplomatas espanhóis a caminho do aeroporto poderia representar verdadeira declaração de guerra à União Européia.
A vice de Maduro, Delcy Rodriguez, confirmou a concessão dos salvo-condutos “em prol da tranquilidade e da paz política do país”, para que González seguisse para seu asilo político na Espanha.
E representantes da ditadura ainda mentiu: “Esta conduta reafirma o respeito pela lei que prevaleceu nas ações da República Bolivariana da Venezuela na comunidade internacional”, um dia depois de suspender a proteção diplomática brasileira à embaixada da Argentina em Caracas, abrindo a possibilidade de invasão do prédio a qualquer momento.
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