quarta-feira, 28 de maio de 2008

A tragédia, a traveca e a dor de cotovelo

Vem aí, mais um sucesso de audiência...e tome Isabela!
Essas chamadas sensacionalistas, de TODAS as emissoras de televisão chamando para assistir a mais um capítulo da tragédia da menina Isabela, nos mostra o que a imprensa faz quando quer faturar, sem respeitar a incalculável dor que essa família está sentindo neste triste momento.
Sou contra toda e qualquer lei que coíba a imprensa de trabalhar livremente, mas, ao contrário de exibir e levantar a sociedade contra um crime hediondo, a imprensa está agindo no mais absurdo sensacionalismo para vender audiência - É só observar as chamadas do Fantástico, da Globo, com sua entrevista “exclusiva”, para ver como é que se fatura com a tragédia alheia - “Vejam a tragédia aqui, onde o sangue é mais vermelho e os gritos mais horripilantes...” - E o povo, com um estranho e mórbido interesse por esse tipo de material, parece não entender que essa dor de uma mãe representa para essa e aquela emissora, apenas um traço a mais no IBOPE ou um ou mais contratos fechados de patrocinadores. É isso no final: A tragédia humana com patrocínio!
Enquanto isso, Ronaldinho – com toda a pressão de seus patrocinadores - dá entrevistas aqui e acolá, dizendo que não foi bem isso, que não foi bem aquilo, que foi apenas jogar uma partida de buraco ou de dominó de parceria, o que ninguém acredita, tá naquela situação: Quanto mais se explica, mais se complica.
E falando em complicação, o PAC foi lançado com festa em Ilhéus, onde o Ministro Geddel, prestigiando o deputado Veloso, mostrou sua força e “puxou” para a vizinha e irmã cidade litorânea, Lula, Wagner e toda a comitiva, para, num gol de trivela, lançar o PAC do cacau, o que desagradou toda uma banda do PT itabunense que – muito bem incentivada, como as imagens do evento demonstram – puxou umas vaias ou – como disse o ministro - “uivos", mostrando o desagravo – ou dor de cotovelo - de ver uma liderança não estrelada fazer acontecer uma promessa antiga, porém vazia, de sua liderança maior na cidade de Itabuna, que sai com uma espécie de exame falso de DNA nas mãos, alegando ser pai de um filho dos outros. Quer balançar Matheus, mesmo sem pari-lo...
Uma das provas da falsa paternidade, foi a transferência da festa para Ilhéus, onde o grupo de Geddel e Veloso ganhou o “cabo-de-guerra”, contrariando todo um planejamento do marketing político que iria usar as imagens da festa na CEPLAC, toda “enfeitada” para a ocasião, em campanhas políticas estreladas. Poderão até usá-las, mas gastarão horas e horas de edição para que fiquem como anteriormente planejadas. E as desculpas para a realização em Ilhéus já pululam na imprensa, desde a falta de segurança na CEPLAC – Quando Fernando Henrique esteve lá, era mais seguro? – até a conjunção astral do local do evento...
E a sucessão municipal em Itabuna caminha com definições cada vez mais claras sobre quem fica e quem sai da disputa, e sonhos de poder, tornar-se-ão só e somente o que realmente são, sonhos, enquanto outros virarão pesadelos com as pesquisas de intenção de voto, onde o povo, será o príncipe encantado para uns e o bicho-papão para outros. E olhe quem ainda nem estamos em junho, mas vamos lá: - Guerra é guerra!
Afonso Dantas

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