segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Graziane Madureira
Inacreditável!!!! Assim se resume essa conquista do Brasileirão pelo Flamengo, a edição mais emocionante na regra dos pontos corridos. Há dois meses, lutávamos por uma vaga na Libertadores e as chances de levantar a taça eram de 2%. Mas, o futebol é ilógico e imprevisível; o futebol é uma arte.
O amor por esse emblema rubro-negro é contagiante. Lembro-me muito pouco daquele 19 de julho de 1992, quando a equipe de Carlinhos (Gilmar, Gelson, Fabinho, Júnior, Zinho e Gaúcho) entrou no Maracanã.
Aos oito anos na época, o que ficou em minha memória foi a euforia de mais um título conquistado. Via minha irmã gritando e pulando, eufórica pela conquista do penta do Flamengo. Para mim, acreditava que aquele time e aquele campeonato fosse algo grande, e realmente era. Já se foram 17 anos desde então.
Neste 6 de dezembro de 2009, mais uma vez, o Brasil amanheceu diferente. Não, não era final de Copa do Mundo, mas uma alegria tomou conta dos brasileiros. Estava estampada nas ruas, nos carros, no rosto e no peito de uma legião. Hoje, consigo compreender o real motivo de se chamar essa torcida de nação.
Até onde alguém pode ir por uma paixão? Ser flamenguista é isso, chorar feito uma criança pela decepção de não conseguir comprar o ingresso da final; arrastar uma multidão de apaixonados pelos quatro cantos do país; fazer uma arrancada espetacular neste duelo de titãs; é levar uma multidão às ruas, orgulhosa, com suas bandeiras e símbolos.É bonito ver esse povo unido. Brancos, negros, ricos, pobres, liberais e revolucionários. Uma nação inteira num só coro: “Dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe, ô, MENGÃO do meu coração”. O Maracanã tem o tamanho necessário para abraçar o sentimento de milhões de fanáticos.
Devo concordar com alguns. Os flamenguistas são realmente chatos. Esses torcedores são tão convictos de seus sentimentos que para eles não importam se mais uma estrela demore 17 anos para ser gravada. É um orgulho de dar raiva, realmente. Só quem tem a marca rubro-negra entende essa devoção.
Uma festa de final de copa. O que dizer quando centenas de flamenguista fazem um carnaval numa cidade do interior da Bahia? Paixão, não se explica. O Brasil amanhã acordará de ressaca.
Graziane Madureira é jornalista.

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