domingo, 20 de maio de 2012

'Cosa Nostra'

DORA KRAMER - O Estado de S.Paulo Há uma expectativa de que o deputado venha a ser questionado ou deixe espontaneamente a comissão. Dúvida fica se a ideia seria preservar a confiabilidade da CPMI ou apenas salvar temporariamente as aparências. De qualquer modo, a questão essencial permanece. A CPMI deslancha ou desanda? Na segunda hipótese, o Congresso terá perdido a chance de reabilitação desse instrumento tão debilitado nos últimos tempos e pior: compactuado com a máfia que se propôs a investigar e preferencialmente desmontar. Azedume. Quando Cândido Vaccarezza avisou ao governador Sérgio Cabral Filho que a relação do PT com o PMDB iria "azedar" na CPMI, o fez depois da tentativa frustrada de obter apoio dos pemedebistas para aprovar a convocação do jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja. O petista enviou vários torpedos pressionando parte da cúpula do PMDB que estava reunida naquele mesmo dia (quinta-feira) e avaliava que o partido não deveria ceder por dois motivos: para não perder o discurso de defesa da liberdade de imprensa e porque não tinha razão para comprar briga alheia. Mais especificamente de Lula em nome de quem, na interpretação dos pemedebistas, Vaccarezza estaria atuando.

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