(Taboquinhas/Itacaré – BA) - Marvilleuse!
(Mavilhoso!) Esse foi o adjetivo usado pelo pesquisador da Cirad, Philippe Bastide,
e pelo criador e organizador do Salon du Chocolat de Paris, François Jeantet,
para classificar o cacau produzido na Bahia, depois de dois dias de visitas à
Ceplac e a fazendas da região. O sistema de produção e pós-colheita
diferenciados, a qualidade das amêndoas, e a sustentabilidade social e
ambiental foram enfatizados pelo secretário estadual da Agricultura, engenheiro
agrônomo Eduardo Salles, que nesta terça-feira (3), acompanhou a comitiva
composta por 34 chocolatiers da França, Espanha, Portugal, Bélgica, Itália,
Dinamarca, Japão, Costa do Marfim e São Thomé e Príncipe à Fazenda Santa Cruz,
no distrito de Taboquinhas, no município de Itacaré, onde eles conheceram in
loco todo o processo produtivo do cacau, com ênfase no beneficiamento.
“Este
é um momento importante para Bahia, pois estamos trazendo os mais famosos chocolateiros
do mundo, que são formadores de opinião, para conhecer uma fazenda modelo, que
produz com tecnologia de ponta”, disse Eduardo Salles, destacando que o
objetivo do governo é fazer com que o cacau deixe de ser vendido apenas como
commoditie, e passar a vender a amêndoa com valor agregado. Além disso o
objetivo da vinda dos produtores de cacau é demonstrar que a Bahia pode ser um
fornecedor confiável de cacau, e atrair para o Estado indústrias de chocolate
gourmet. “Temos grande mercado consumidor de chocolate, com potencial para
crescer”, destacou Salles.
“Já
visitei a Bahia, e fiquei encantado com a paixão com que o cacau é produzido. Agora
retorno com meus amigos, para que eles conheçam também”, disse François
Jeantet, criador da marca Salon du Chocolat, afirmando ainda que “sinto o
renascimento do cacau, muito ligado ao meio ambiente”.
Jeantet
destacou que “a Bahia reúne todas as condições para produzir chocolates finos,
e a vinda de chocolateiros internacionais para investir em fábricas aqui é questão
de tempo”. Segundo ele, “temos que andar passo a passo”.
De
acordo com Philippe Bastide, que trabalha em conjunto com a Ceplac, “a Bahia é
modelo extraordinário de como se produzir cacau”. Ele considera muito
importante o fato do Estado, através dos órgãos dos governos federal e
estadual, ter encontrado soluções técnicas e genéticas para superar a
vassoura-de-bruxa. “O Brasil está se tornando o País mais interessante para
produzir cacau”, analisou.
Chocolateira
de Paris, Anne Benoit, declarou que “é importante conhecer o processo de
produção do cacau brasileiro. A gente percebe os cuidados com que é feita a
plantação, colheita e secagem. Além disso, existe a preocupação com a conservação
da natureza. Tudo isso é fundamental para a produção de chocolates finos”.
Também
de Paris, Chloe Dutra-Roussel, percebeu que “a Bahia possui grandes
propriedades rurais onde se produz grande variedade de cacau, o que não é comum
em outros países produtores. Superada a crise gerada pela vassoura-de-bruxa, os
cacauicultores estão trilhado novos caminhos”.
Segundo explicou Diego Badaró, a
visita dos chocolatiers internacionais à fazenda de cacau fez parte da
programação do Salon du Chocolat da Bahia, que pela primeira vez está
acontecendo na América Latina e em um país produtor de cacau. Até agora, o
evento só acontecia em Paris, Nova York, Tokyo, Moscou, Shangai, Madrid, Cairo,
Bologna, Marselha, Lille, Lyon e Bordeaux. Na Bahia, o evento é coordenado por
Badaró.
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