O Senado, segundo Stanislaw Ponte Preta, sempre foi “ o melhor clube do mundo, tudo de graça e ainda pagam para o socio fazer parte”. Para Darcy Ribeiro, “melhor do que o ceu, porque para entrar não é preciso morrer”. E virou de repente um palavrão.
Em Brasília, quando se quer parar uma conversa é só falar o palavrão : - “Senado”. Todo mundo se cala e a maioria vai dando no pé. Ninguem quer se comprometer. Cada dia, novas historias escabrosas ou hilarias. Sarney, romancista prolifico, já alinhou 11 escandalos só na cota dele.
O ultimo era o mordomo da mansão particular da filha Roseana Sarney, a governadora nomeada, que recebe R$12 mil pelo Senado.
COVEIRO
Agora, Sarney se superou : tem um coveiro particular que é funcionário do Senado. Parece historia absurda de Nelson Rodrigues, Rubem Fonseca, João Ubaldo Ribeiro. E está lá nos “atos secretos”.
Preocupado em garantir sua eternidade, Sarney, faraó do Maranhão, construiu, no mais antigo e pomposo edifício publico tombado de São Luis, o quadri-secular Convento das Mercês, logo à entrada, à esquerda, cercado de palmeiras, seu próprio tumulo. Por enquanto, aberto e vasio, esperando a fúnebre chegada do ansioso e apressado senhor dos bigodes pintados.
Não há tumulo sem coveiro. Sarney providenciou. Criou uma fajuta “Fundação José Sarney”, encarregada de cuidar do tumulo e pôs como diretor Raimundo Nonato Quintiliano Pereira Filho, para tomar conta.
Salário : R$3.200. Quem paga? Há 15 anos, desde 95, o Senado paga.
LIXEIRA
Segundo “O Globo”, Sarney, perguntado sobre o coveiro, ainda reclamou dos jornalistas:
- “Julguei que fosse eleito presidente para presidir politicamente o Senado e não para ficar submetido a cuidar da dispensa ou para limpar as lixeiras da cozinha do Senado”.
Sarney anda modesto. Chama seu túmulo de lixeira
De Sebastião Nery
Nenhum comentário:
Postar um comentário