sábado, 14 de fevereiro de 2009

Google e seus limites

O Google, após desistir do projeto de vender publicidade para jornais e revistas, deixou para trás também a "ambiciosa tentativa" de entrar na publicidade de rádio. Foi "um golpe sério em sua ambição de avançar para além dos limites da internet", avalia o "Financial Times".

O site ValleyWag vai além e proclama que o "Google abandona seussonhos de grande mídia", embora Susan Wojcicki, que anunciou a decisão ontem no blog do gigante de busca, insista que ele vai seguir buscando se viabilizar em televisão. O ValleyWag ironiza:

_ Como Napoleão na Moscou abandonada, Larry Page e Sergey Brin lideraram o avanço do Google sobre a publicidade tradicional, só para descobrir que não havia mais o que saquear. E vem aí a grande retirada imperial, começando por 40 demissões.

Esperança - A "Economist" avalia que "a crescente popularidade dos e-books pode oferecer esperança aos jornais". De um lado, saiu o novo Kindle (esq.) da Amazon, já com "assinatura de vários jornais à disposição". De outro, o iPhone virou um instrumento popular de leitura, com o download de softwares como eReader. O argumento central é que "os consumidores tratam celulares e Kindles de forma diferente dos PCs", quer dizer, "eles pagam pelas mensagens de texto, embora e-mails sejam grátis".

Neo-agências - Em contraste, a "Economist" destaca como as agências de notícias, que nasceram dos jornais, estão aprendendo a "viver sem eles". AP, AFP e demais crescem hoje pela demanda dos sites. E Reuters, Dow Jones e Bloomberg até oferecem as notícias diretamente, em sites com publicidade.

"Fairness doctrine" - A "doutrina de justiça" em TV e rádio, que vigorou nos EUA entre 1949 e 78 e permitia à agência de telecomunicações exigir "opiniões contrastantes" das concessões públicas, voltou à pauta nas últimas semanas, via senadores democratas. E até Bill Clinton defende a doutrina para lidar com radialistas como Rush Limbaugh, sustentados por "big money".

Escrito por Nelson de Sá às 10h06

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