MIÚDOS DE SARAPATEL
Ainda em relação à pesquisa Datafolha, há alguns fatos interessantes. Serra ganha em todas as regiões do País. Onde está com menor frente é no Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Ao todo, com já posto (ver nota) ele tem 36% contra 16% de Dilma Rousseff. Devo dizer, no entanto, que estão certos os leitores que, por e-mail ou no "Francamente" deste site, não concordam quando uso o verbo "disparar". Estão certos e eu, errado. Serra já esteve melhor, com cinco a seis pontos à frente, e Dilma já cresceu em maior ritmo. Muito bem. O problema é que Serra tem 51% contra 11% de Dilma em São Paulo, maior colégio eleitoral do País. Ganha no segundo colégio, Minas Gerais (sem Aécio), no terceiro, Rio, e no quarto, aqui na Bahia. Pelos cálculos, se ele puser 30% de frente em S,Paulo (está com 40%) isso significicará algo em torno de seis milhões de votos. Se, sem Aécio, claro, puser, no segundo colégio, Minas, 1,5 milhões de frente em votos, adeus viola para Dilma. Ainda é muito cedo, porém, para uma análise definitiva. Em Pernambuco, acontece um fato curioso: Serra tem 13% de frente. São 31% das intenções de votos contra 18% de Dilma. Olha, Lula é Pernambucano, tem lá estonteantes 90% de popularidade, mas não transfere voto para a gaúcha que escolheu como candidata. Isso significa que o eleitor está mudando, deixando de ser boi tangido, aceitando votar no candidato do patrão, ou do chefe. Assim deve ser, porque o voto há de ser livre como passarinho. E consciente. Aqui, faço uma explicação de ordem pessoal, que entendo necessária, numa confissão aos leitores: cultivo a ética e a imparcialidade jornalística acima de tudo como valores maiores da profissão que abracei. Assim, sou apatrtidário. Voto em nomes, não em partidos, que são farinha do meus saco. A última frustração é o PT, que prometeu ética, honestidade, outros tempos, enfim. Não é isso o que se observa. Quando Lula se atraca em defesa de José Sarney, cuja carreira está toda pavimentada em atos e fatos que a história (e as denúncias recentes) demonstra; quando ele apóia um cidadão que se sustenta escorado nele, Lula, em Renan Calheiros e em Fernando Collor, realmente, não dá. "Afasta de mim este cálice"! Confesso que me arrepiam a oligarquia e o coronelismo nordestino. Deles tenho asco, entôjo, dão-me náuseas. São uma afronta à cidadania. Representam, já que lembrei de Chico Buarque com o "Cálice", repito Ceetano para dizer que eles constroem os "poderes poderes". Irrespiráveis, inaceitáveis, brucutus. E, se bem reparado, o PT, que aceita tudo, como vaca tangida (e tome-lhe sertão!) seus governos estão tão misturados e amargos que mais parcem resultado de miúdos de sarapatel. Cozinhado ao lado de um esgoto. Assim penso, assim sou, e assim me declaro. Neutro, absolutamente neutro, mas com emoções e princípios. Isolo na madeira: "pé de pato mangalô três vezes". Segue, porque "o tempo não pára". E tome-lhe Cazuza.
do Bahia Notícias.
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