sexta-feira, 5 de outubro de 2012


A lição do ministro

por Samuel Celestino
Decano do Supremo Tribunal Federal, o ministro Celso de Mello é um profundo conhecedor do Direito e detentor de respeitável cultura. Indignado com a conduta dos réus do mensalão, o ministro ofereceu ao país e aos juristas, de maneira geral, uma aula de conhecimento, nos fragmentos do seu voto, na sessão de segunda feira, que precedeu a de ontem, onde entrou em cena o núcleo principal do escândalo, José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino. Os três e mais outros acusados de corrupção ativa. Disse Celso de Mello: “O ato de corrupção constitui um gesto de perversão da ética e do poder. A República não tolera o poder que corrompe nem admite o poder que se deixa corropmper.” Mais adiante, na lição que serve como aviso aos navegantes sobre a nova justiça, especialmente aos políticos e funcionários públicos, disse ele: “Este processo criminal revela a face sombria daqueles que, no controle do aparelho de Estado, transformaram a cultura da transgressão em prática ordinária e desonesta de poder, como se o exercício das instituiçõesm da República pudesse ser degradado a uma função de mera satisfação instrumental de interesses governamentais e de desígnios pessoais”. Falou, então, aos cidadãos como se fosse um senador romano: “O (cidadão) tem o direito de exigir que o Estado seja dirigido por administradores íntegros, por legisladores probos e por juízes incorruptíveis”. Completou, então, diante de um colegiado silencioso: O direito ao governo honesto – nunca é demasiado reconhecê-lo – traduz uma prerrogativa insuprimível da cidadania”.

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