sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

2008 em frases: 'As roupas da Ruth eu pagava'

AP/Granma
Janeiro

- "Estou limpo. Esse processo já é coisa do passado. Vou trabalhar com gastronomia, que é o que eu gosto." (Silvinho Pereira, ex-secretário-geral do PT, depois de fechar acordo judicial para sair do banco de réus do mensalão em troca de serviços comunitários).

- "Rezem para mim. O negócio está feio. Estou saindo satisfeito porque sou assim mesmo, mas que a coisa é preta, é." (Vice- presidente José Alencar, na saída do hospital Sírio-Libanês, depois de sessões de quimioterapia contra o câncer).

Fevereiro

- "Não me despeço de vocês. Desejo combater como soldado das idéias. Continuarei escrevendo sob o título 'Reflexões do companheiro Fidel'. Será uma arma a mais em nosso arsenal". (Fidel Castro, descendo à tumba, imaginando-se ainda detentor de um 'arsenal' de idéias aproveitáveis).

- "Me parece que o uso do cartão corporativo se transformou numa espécie de mensalinho para alguns privilegiados do governo." (José Agripino Maia, líder do DEM).

- "Não tem com que se preocupar. As roupas da Ruth, era eu mesmo quem pagava." (FHC, ao comentar a CPI que investigaria gastos com cartões corporativos).

- "Para nós, quanto menor a transparência, maior é o grau de segurança." (General Jorge Felix, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, sobre a conveniência de manter à sombra as faturas dos cartões do Planalto).

- "Transparência, no governo Lula, é como lingerie de bordel: o que revela é sempre um escândalo." (Roberto Jefferson, presidente do PTB).

- "Um homem negro não ficaria muito tempo na posição de presidente dos Estados Unidos. Provavelmente o matariam." (Doris Lessing, escritora britânica, Nobel de Literatura, referindo-se ao então pré-candidato democrata Barack Obama).

Março

- "Nossa economia é resistente e, a longo prazo, confio que continuará crescendo, porque seus fundamentos são sólidos". (George Bush, risonho, discorrendo sobre o futuro no instante em que a crise engolia o presente. O dos EUA e o do resto do mundo).

- "Sabemos que estamos em forte desaceleração." (Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA, em locução premonitória).

- "Essa crise é trinta vezes mais forte do que a da Malásia, porque é na maior economia do mundo (...). E até agora não aconteceu nada com nosso querido Brasil." (Lula, numa versão preliminar do presidente-marolinha).

- "Senhor ministro da Defesa, mova dez batalhões até a fronteira com a Colômbia, de imediato, batalhões de tanques. Eles que não pensem em fazer o mesmo aqui, porque seria muito grave, seria motivo de guerra." (Hugo Chávez, em meio à crise provocada pelo ataque do Exército colombiano a guerrilheiros das Farc, em solo equatoriano).

- "Hugo Chávez tem mais peso na língua do que nos fatos." (Alfonso Gómez Méndez, líder do Partido Liberal da Colômbia, de oposição a Uribe).

- "Do ponto de vista prático, a Colômbia poderia ter pedido ao Equador que fizesse a prisão [de Raul Reyes, das Farc, morto na operação]. Mas isso não aconteceu." (Lula).

- "Já se escutam com força as trombetas da guerra." (Fidel Castro, como que desejoso de ver o circo pegar fogo na América Latina).

- "Se eu vier a me candidatar à Presidência da República, minha candidatura não será anti-Lula, mas pós-lula." (Aécio Neves, governador de Minas e presidenciável do PSDB).

- "Há uma patrulha ideológica que tenta implodir pontes para o diálogo entre o PT e o PSDB, mas, nem que fosse uma pinguela, eu iria ajudar a construir." (Aloizio Mercadante, um dos poucos petistas que se animaram a defender a aliança do PT com Aécio, em Minas).

- "Não há uma pessoa humana embrionária. Mas embrião de pessoa humana." (Ministro Carlos Ayres Britto, do STF, ao justificar o voto favorável à liberação das pesquisas com células-tronco).

- "Seria tão bom se o Poder Judiciário metesse o nariz apenas nas coisas deles, o Legislativo apenas nas coisas deles e o Executivo apenas nas coisas deles. Nós iríamos criar a harmonia estabelecida na Constituição." (Lula, irritado com o ministro Marco Aurélio Mello, do STF, que enxergara propósitos eleitoreiros no programa Territórios da Cidadania).

- "O que eu disse, repito: no ano eleitoral não podemos ter incremento, alargamento de programas sociais. O programa pode ser elogiável, mas tem época em que não deve ser implantado. As regras jurídicas não são de fachada. Paga-se um preço por viver em uma democracia." (Marco Aurélio Mello, dando de ombros para a irritação de Lula).

- "Nós estamos em estol. Nessa velocidade, qualquer coisa que sair errada te leva para o chão." (Alan Greenspan, ex-presidente do Fed, valendo-se de uma analogia aeronáutica -"perda total da sustentação"- para fazer soar os tambores da crise americana).

Abril

- "A Dilma é uma espécie de mãe do PAC". (Lula, num pa©mício no Rio, exibindo a munição da candidata à sua sucessão).

- "Vim para mostrar o aumento do PIB e para botar o PIB na mesa." (Guido Mantega, posando de macho em encontro com economistas de agências de avaliação do risco-país, nos EUA).

- "Eu queria desejar e dirigir um especial cumprimento às mulheres aqui da frente que hoje animam, sem dúvida, este comício." (Dilma Rousseff, a dodói de Lula, trocando as bolas em cerimônia oficial do PAC, em Belo Horizonte).

- "Estou com a gripe Dilma Rousseff. Exige um dossiê de remédios." (Rita Lee, durante um show).

- "Se não fiz dossiês em 2005, na época em que precisava fazer enfrentamentos, por que os faria agora? A quem pode interessar isso agora?" (Lula, tirando o corpo fora da nova trapalhada de seus aloprados).

- "O Lula deseja fazer seu sucessor. Mas eu digo que, se você perguntar aos brasileiros, o que os brasileiros desejam é que Lula fique mais tempo no poder." (O vice José Alencar, num ataque de febre continuísta).

Escrito por Josias de Souza às 06h18

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2008 em frases: 'Eu não soube que era travesti'

Lucas Dolega/EFE
Maio

- "Reconheço que saiu da minha máquina, mas foi sem dolo nem má-fé. Tive uma surpresa quando percebi que tinha enviado." (José Aparecido Nunes Pires, ex-funcionário da Casa Civil, com dificuldades para explicar como o arquivo com o dossiê anti-FHC foi parar na caixa de e-mails de André Fernandes, assessor do tucano senador Alvaro Dias).

- "Ele só falava para mim que foi a Erenice [Guerra] que preparou um dossiê. Ele usou um banco de dados seletivo. Ele me contou que no dia 8 de fevereiro foi chamado para fazer isso." (André Fernandes, arrastando a secretária executiva da Casa Civil, lugar-tenente de Dilma, para o centro da encrenca do dossiê).

- "O Lula nunca fez um gesto de diálogo, nunca. Definiram, a meu ver equivocadamente, o PSDB como adversário principal. Foram buscar apoio no que havia de mais podre na política brasileira, e deu no mensalão." (FHC, esquecendo-se, em entrevista a Ricardo Kotscho, que também recorrera a aliados 'podres').

- "É como um cofrinho. Você tem o seu salário e faz as suas despesas. No fim do mês, o que sobrar vai ser colocado em um cofrinho." (Guido Mantega, explicando a jornalistas, em linguagem infantil, como funcionaria o Fundo Soberano).

- "Em nenhum momento soube que era travesti. Sou completamente heterosexual". (Ronaldo, o 'Fenômeno', tentando explicar o inexplicável).

- "A parte íntima da vida dele não interessa a ninguém, e ele não nos deve satisfação. A vida é assim: complexa e bonita, como os travestis." (Caetano Veloso, o especialista em assuntos aleatórios, saindo em socorro do craque).

- "Eu não brinco com democracia, porque toda vez que se brinca com democracia a gente quebra a cara. A alternância de poder é importante. Toda vez que um dirigente político se acha imprescindível e insubstituível, está começando a nascer um pequeno ditadorzinho dentro dele." (Lula, em Manaus, em pajelança do PAC, chutando a macumba do terceiro reinado).

- "Eu tinha 19 anos. Fiquei três anos na cadeia. E fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousa dizer a verdade para interrogador compromete a vida dos seus iguais." (Dilma Rousseff, no Senado, dando o troco a uma provocação inábil do 'demo' José Agripino Maia).

- "Os esforços do Fed nos últimos nove meses me lembram a antiga série de TV MacGyver, cujo herói saía de situações difíceis montando dispositivos inteligentes com objetos caseiros e fita adesiva." (O economista Paul Krugman, farejando a encrenca que resultaria dos 'arranjos improvisados' do banco central americano diante de uma crise até então apenas imobiliária).

- "Ninguém consegue fazer tudo em oito ou dez anos." (Lula, numa recaída continuísta).

- "Eu não sei nem falar direito a palavra [investment grade], mas, se a gente for traduzir isso para uma linguagem que os brasileiros entendem, o Brasil foi declarado um país sério." (Lula, decodificando para o eleitorado do Bolsa Família o significado da elevação do Brasil ao grau de investimento pela agência Standard & Poor's).

- "Não estou certo do que vou fazer depois de deixar a Presidência. Logo após o seu mandato, o vice-presidente Al Gore ganhou um Oscar e um Prêmio Nobel. Quem sabe eu poderia ganhar um prêmio. A loteria, por exemplo." (O presidente George Bush, fazendo piada para jornalistas na fase pré-crise).

Junho

- "Em nome de Serra, venho trazer essa saudação a Geraldo Alckmin." (Alberto Goldman, vice-governador tucano de São Paulo, em plena convenção do DEM, trocando o nome do candidato 'demo' Gilberto Kassab pelo do tucano Alckmin).

- "Nós estaremos juntos de qualquer forma. Se não for agora, de imediato, será daqui a noventa dias. Por isso, trago esta saudação ao companheiro Geraldo Kassab." (Goldman, no mesmo discurso, trocando as bolas pela segunda vez).

- "Eles adotaram aquilo que o comunicador de Hitler, Joseph Goebbels, dizia: uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade. E como mentem. Eles agora querem inventar trocando as letras, chamando de CSS." (O senador Mão Santa, do PMDB piauiense, erguendo barricadas contra a recriação da CPMF, que acabaria empacada na Câmara).

- "São as mesmas forças que mataram Getúlio, fizeram Jango renunciar e expulsaram Brizola do país. Isso faz parte da vida, e eu não fujo da luta." (Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical, tentando dar verniz histórico à trapaça do desvio de verbas do BNDES).

- "A situação é gravíssima. Tem algum termo mais forte que gravíssimo?" (Inocêncio Oliveira, corregedor da Câmara, qualificando o escândalo que enredou o colega Paulinho. Um escândalo que, depois, o Conselho de Ética mandaria ao arquivo).

- "Ninguém que tiver cometido algum erro vai ser protegido por nós, não vamos salvar a pele de ninguém." (José Serra, o governador tucano de São Paulo, prometendo isenção na apuração do esquema de pagamento de propinas da multinacional Alstom, que fez negócios durante o governo Covas).

- "A causa é maior que o cargo, que está a serviço da causa" (Marina Silva, explicando a razão do desembarque do ministério do Meio Ambiente).

- "O Minc já falou em uma semana mais do que a Marina falou em cinco anos e meio." (Lula, na posse de Carlos Minc, realçando as diferenças do sucessor de Marina).

- "Os amigos daqui me advertiram de que há uma ordem de captura... [Mas me disseram que] a cúpula do governo, com apoio de Celso Amorim, estava a par. Eles não apoiariam uma captura por crimes políticos." (Trecho de e-mail de Olivério Medina, 'embaixador' das Farc no Brasil, pescado no computador de Raúl Reyes, o mandachuva das Farc, morto por soldados colombianos no Equador).

Escrito por Josias de Souza às 06h09

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2008 em frases: 'Que crise? Vai perguntar pro Bush!'

Thomas Coex/AFP


Julho

- "Nessa questão da sucessão à Presidência,, eu estou subordinado ao presidente Lula, que, como é óbvio, não me tem como pré-candidato." (O ministro petista da Justiça Tarso Genro, num rompante de realismo político).

- "Se você ligar para mim, quem vai atender vai ser o Gilberto Carvalho. Peça a Deus para seu telefone não estar sendo gravado, senão vai aparecer sua conversa." (Lula, abespinhado com o grampo que da Satiagraha, que pilhou conversa do seu chefe-de-gabinete com um dos advogados a soldo de Daniel Dantas, o ex-deputado petista Luiz Eduardo Greenhalgh).

- "Espero que Daniel Dantas tenha o mais amplo direito de defesa, que consiga provar que é inocente." (Tarso Genro, na fase em que a PF ainda não transformara o investigador Protógenes em investigado).

- "Este magistrado tem consciência de que, como funcionário público, serve ao povo, verdadeiro legislador e juiz, e para corresponder à sua confiança não abre mão dos deveres inerentes ao cargo que ocupa." (Fausto Martin de Sanctis, o juiz da Satiagraha, depois de mandar prender Naji Nahas, Celso Pitta, Daniel Dantas e Cia).

- "Saí do país usando meu passaporte, com carimbo e tudo." (O sem-banco Salvatore Cacciola, tentando negar que fugira do Brasil para a Itália).

- "É ilusão pensar que inflação elevada não vá levar à redução da atividade econômica. Já conhecemos essa história no Brasil." (O presidente do BC, Henrique Meirelles, justificando a política de juros lunares como tática de combate à inflação).

- "Se eles nos congelarem, não haverá mais petróleo para os EUA. E o preço do petróleo vai a US$ 300 o barril." (O companheiro Hugo Chávez, numa fase em que não lhe passava pela cabeça que a cotação do petróleo roçaria os US$ 50).

Agosto

- "Da mesma forma que a gente faz a reforma agrária na terra, vamos fazer uma reforma aquária, na água." (Lula, justificando a inacreditável proposta de converter a Secretaria da Pesca em ministério).

- "Se fosse por importância econômica, seria melhor criar o ministério da Banana, que movimenta 7 milhões de toneladas por ano." (O líder tucano José Aníbal (SP), expondo o ridículo do projeto, que seria, depois, retirado pelo Planalto).

- "Agora posso dizer o que quiser; xingar, se eu quiser; dizer que amo, dizer que odeio. Não preciso ser politicamente correto, no sentido da ética pública." (Gilberto Gil, depois de bater em retirada do ministério da Cultura).

- "Precisamos tratar um pouco melhor os nossos mortos. Esse martírio nunca vai acabar se a gente não aprender a transformá-los em heróis." (Lula, atiçando a polêmica da revisão da Lei da Anistia. Um debate que agora quer abafar).

- "Temos de fazer uma lei adequada ao nosso país. Não adianta querer fazer lei de país civilizado porque este país não o é." (O juiz da Satiagraha, Fausto Martin De Sanctis, num rasgo de sinceridade na CPI dp Grampo).

- "Nós deixamos ainda mais claro, ainda mais explícito que o nepotismo é proibido em toda a administração pública brasileira." (O ministro Carlos Ayres Britto, do STF, nas pegadas da decisão que proibiu o nepotismo nos três poderes).

- "Toda polícia do mundo usa algemas. Temos que garantir a integridade do preso, do policial e de terceiros." (O diretor da PF, Luiz Fernando Corrêa, abespinhado com a decisão do Supremo que limitou o uso de algemas em operações policiais).

- "O importante é que cumpram as decisões do Supremo. Se ele cumpre de bom humor, de mau humor, se cumpre rindo ou se cumpre chorando, essa é uma outra questão." (Gilmar Mendes, o presidente do STF, dando de ombros para os queixumes da PF).

- "Eu digo todo dia: governo para todos, não discrimino ninguém. Mas faço como a minha mãe. Se eu tiver um bife, não tem um filho mais bonito que vai comer sozinho, não. Todos vão dar uma lambidinha." (Lula, na inauguração de uma universidade no Ceará).

- "Não sou amarelão." (O ginasta Diego Hypólito, justificando a queda que converteu em fiasco uma das esperanças de ouro da delegação brasileira nas olimpíadas de Pequim).

Setembro

- "Vayanse al carajo yankees de mierda, que aqui hay um pueblo digno". (Hugo Chávez, valendo-se de um linguajar que transforma o 'sifu' de Lula em vocábulo de criança).

- "O Brasil está preparado para enfrentar uma situação adversa dos mercados. Mas não existe descolamento completo de nenhuma economia." (Henrique Meirelles na ilha de realismo do BC).

- "Que crise? Vai perguntar pro Bush!" (Lula, em resposta a jornalista que lhe perguntaram o que achava da crise).

- "Todos os que achavam que havia uma luz no fim do túnel agora se dão conta de que é uma locomotiva, que vem em sua direção." (Peer Steinbrueck, ministro das Finanças da Alemanha).

- "O Brasil estaria de quatro, em outra situação." (Guido Mantega, comparando a crise atual com as encrencas financeiras que engolfaram a gestão FHC).

- "Temos de pôr as barbas de molho. O ministro [Mantega] não tem barba, mas tem de ficar um pouco mais alerta antes que a barba cresça." (FHC, evitando se dar por achado).

- "Para mim, o modelo é contínuo. Um modelo sem a presença de ilhas. Os índios brasileiros são visceralmente avessos a qualquer idéia de nichos, guetos, cercas, muros, viveiros." (Carlos Ayres Britto, ao relatar o processo da demarcação da reserva Raposa Serra do Sol).

Escrito por Josias de Souza às 06h01

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2008 em frases: 'Aqui, se chegar, será marolinha'

Rogério Cassimiro/Folha


Outubro

- "Graças a Deus, a crise americana não atravessou o Atlântico." (Lula, em nova demonstração de otimismo surreal);

- "Nós vamos ter alguns problemas momentâneos, mas temos robustez suficiente para superar essa imensa fase de contágio com uma pequenininha gripe." (Dilma Rousseff, aderindo ao lero-lero do chefe).

- "Aqui, se a crise chegar, vai ser uma marolinha." (Lula, proferindo aquela que teria potencial para vencer qualquer concurso de frase do ano).

- "É um empréstimo de mais de 200 milhões de dólares para um projeto que não presta." (Rafael Correa, presidente do Equador, mostrando os dentes pela primeira vez ao BNDES, às voltas com o risco de calote).

- "Agora quero que se dane!" (Geraldo Alckmin, já reduzido a uma terceira colocação nas pesquisas paulistanas, ao ser informado de que a cúpula do PSDB soltaria uma nota de apoio à candidatura dele).

- "Escreve aí: a Marta vai ganhar." (Lula, numa demonstração de que se sai melhor como presidente do que como vidente).

- "Se uma jornalista não pode ser prefeita, por que um torneiro mecânico pode ser presidente?" (Micarla de Sousa, depois de surrar o petismo na disputa pela prefeitura de Natal, rebatendo críticas que Lula fizera a ela).

- "O importante em relação a um candidato é o caráter. Se ele é solteiro, viúvo, divorciado, casado, se tem filhos ou não, é a vida pessoal de cada um." (O 'demo' Gilberto Kassab, reagindo a insinuações levadas ao ar na propaganda da rival petista Marta Suplicy).

- "Eu acho muito importante saber a trajetória, o DNA de uma candidatura, e a biografia de um candidato." (Marta Suplicy, tentando dar ares de normalidade ao que era deplorável).

- "Agora vamos vencer a máquina estadual, a federal e a Universal." (Fernando Gabeira, antes de ser vencido pelas máquinas estadual e federal).

Novembro

- "O PT não perdeu na capital. Deixou de ganhar." (Aloizio Mercadante, o senador petista).

- "Quem vence em São Paulo vence as eleições." (Sérgio Guerra, o presidente do PSDB, pegando carona na vitória da parceria Serra-Kassab).

- "Ninguém falou mal do governo, ninguém falou mal do presidente Lula." (Lula, faturando o refresco que lhe deram os candidatos a prefeito de todos os partidos).

- "Yes, we can" (Barack Obama, já eleito, repisando o bordão de sua campanha).

- "Há uma diferença muito grande entre ganhar uma eleição e governar um país como os EUA. Vamos esperar que ele tome posse para ver o que vai acontecer." (Lula, com ares de quem conhece do riscado).

- "Se Obama fracassar, a frustração será tão grande que serão necessários muitos séculos para que um negro seja de novo eleito presidente dos Estados Unidos." (Lula).

- "Obama é jovem, bonito e também bronzeado." (Silvio Berlusconi, primeiro-ministro da Itália, festejando, à maneira dele, a eleição de Barack Obama).

- "O presidente eleito, Obama, será presidente de todos os americanos. O fato de ele ser negro vem em segundo plano, mesmo que isso confira à sua eleição um caráter histórico." (Colin Powell, republicano, negro, ex-secretário de Estado da gestão Bush, soltando fogos pela vitória do democrata Obama, a quem manifestara apoio).

Dezembro

- "Não dá para identificar de onde vem essa força. Há diversos colaboradores do bandido Daniel Dantas com a tentativa de produzir provas por meio de investigações. E isso durante todo o processo". (Protógenes Queiroz, enigmático, falando sobre as pressões que diz ter recebido enquanto esteve à frente da Satiagraha).

- "Vamos usar todos os mecanismos para repudiar esta dívida ilegítima e corrupta." (Rafael Correa, presidente do Equador, renegando o financiamento do BNDES).

- "A questão da dívida externa dos países da região é um tema que já está instalado na agenda internacional." (Fernando Lugo, presidente do Paraguai, dando sinais de que é a próxima encrenca companheira).

- "Na medida em que todo mundo fala em crise, toma café de crise, almoça crise, janta crise, dorme com crise e acorda com crise, isso vai criando um determinado pânico na sociedade, e as pessoas começam a se retrair." (Lula, agora já impressionado com o vulto da marolinha).

- "Em 2010, 2011, não estarei mais aqui [em São Paulo]. Meu mandato termina em 2010." (José Serra, deixando claro que o que lhe interessa não é a reeleição para o Bandeirantes, mas a eleição para o Planalto).

- "Para êxito do governo, Dilma é a sacerdotisa do serviço público." (José Sarney, desafeto de Serra, afagando a preferida de Lula na inauguração de um trecho da Ferrovia Norte-Sul, no Tocantins).

- "Ganhamos musculatura e acumulamos força para o período mais difícil." (Guido Mantega, festejando o PIB de 6,8% do terceiro trimestre e admitindo, finalmente, que haverá tempos difíceis).

- "É melhor reduzir temporariamente a jornada e os salários do que perder o emprego." (Armando Monteiro Neto, presidente da CNI, alvejando os direitos da CLT).

- "Não sei o que o sujeito disse, só vi seus sapatos. Se querem saber, eram 42." (George Bush, riso amarelo, reagindo às sapatadas de que foi alvo no Iraque).

- "Gente, por favor. Ninguém tire os sapatos porque, aqui, como é muito calor, a gente vai perceber antes de alguém decidir jogá-lo, por causa do chulé." (Lula, na entrevista da cúpula da América Latina e do Caribe, fazendo piada com a desgraça alheia).

- "Quero dizer, com toda a serenidade, que a crise não nos assusta. O país está preparado e tem comando. Seguiremos acompanhando com lupa a situação da economia, 24 horas por dia. O que tiver que ser feito será feito. No tempo certo e na dose adequada. E sempre dialogando com o país". (Lula, tranqüilizando o país num discurso natalino exibido em rede de rádio e TV).

Escrito por Josias de Souza às 05h4

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