terça-feira, 27 de janeiro de 2009

DM9 20 anos - Da Bahia para o Mundo


Do almanaque da comunicação, de Nelson Cadena

Nizan, Logullo e Duda em 1989.

A DM9DDB comemora vinte anos de atividades, a agência uma das marcas mais bem sucedidas na história da propaganda brasileira e neste ano de 2009 lança selo comemorativo, campanha institucional e outras ações ao longo do exercício para marcar a sua caminhada de duas décadas. Hoje a agência, fiel a seu DNA baiano, é presidida por Sérgio Valente que aportou na agência como redator, mais tarde diretor de criação, até galgar a posição de Presidente. Veja como tudo começou:

A DM9 baiana

A DM9 nasceu pela primeira vez em finais de 1975, a agência fundada por Duda Mendonça que lhe deu as iniciais e lhe incorporou um nome supostamente cabalístico, o nove. Duda era então um corretor de imóveis da Ciplan/Promov cliente da GFM-Propeg, a maior agência de propaganda de Salvador, naqueles idos. Era um cliente particularmente chato que interferia nos jobs da agência, queria fazer os títulos e sugeria estratégias. É obvio que acabaria montando uma agência de propaganda para atender o cliente e outros por afinidade. Um ano depois a agência já era uma das maiores da Bahia e em 1977 despontava para o Brasil ao conquistar o título de Agência do Ano no Prêmio Colunistas, feito até então inêdito na história da premiação.

A visibilidade da DM9 como agência mais criativa do país lhe permitiu prospectar contas de outros mercados, de modo que já na década de 80 Duda Mendonça permitia-se ostentar as contas da Monark e do Laboratório Dorsay com produtos como Anapion e Gelol, dentre outras. A agência tinha sido um divisor de águas da propaqganda baiana e inflluenciara outras agências do país com a sua proposta de uma linguagem regional. Um dia Duda recebeu como estagiário o jovem Nizan Guanaes que ficou um par de anos na agência e mais tarde retornaria (após bem sucedida carreira na Artplan e DPZ) como Vice-Presidente da agência e responsável pelas contas da iniciativa privada. Duda, fundador da DM9, assumia a carteria pública e o marketing político doravante seria sua bussola.

A DM9 paulista

A dupla Duda/Nizan juntos, não mais na relação patrão/estagiário, mas ambos no comando, durou pouco. Nizan percebeu que o mercado baiano não tinha potencial e a solução seria se mudar para São Paulo. Surgia a DM9 paulista inicialmente com a composição acionária de Nizan Guanaes, Duda Mendonça, Domingos Logullo e Guga Valente. Duda e Logullo logo deixavam a sociedade, as suas ações adquiridas por Nizan e Guga após um aporte de capital do Grupo Icatu que entrou como sócio, intermediado pelo empresário também baiano, Daniel Dantas, que então administrava a fortuna dos herdeiros do proprietário do Bradesco. Dantas comprou a idéia de investir numa agência de publicidade, até então um ramo de negócios que o grupo Icatu não imaginava atuar. Affonso Serra também ingressava na nova sociedade. Começava uma nova fase com novo modelo de gestão.

A DM9 para o mundo

Dois anos depois a DM9 já era uma marca de sucesso, presente na mídia, sempre com novidades em relação à conquista de grandes clientes (Guaraná Antarctica e Banco Itau dentre outros) e também muitos prêmios, o primeiro deles conquistado com "Gravidas", um comercal criado para a Metalúrgica Matarazzo, leão de ouro no festival de Cannes. Era apenas o começo. Em 1993 a Agência conquistava para o Brasil, pela primeira vez na história, um Grand-Prix de Sawa com o anúncio  de revista "umbigo", criado para o Guaraná Diet da Antarctica. Naquele momento a DM9 já era uma das maiores agências no ranking e brilhava como uma das mais criativas do país. Não por acaso contemplada com os prêmios de Agência do Ano no Prêmio Colunistas Brasil e também pelo Caboré (1991).

Ainda em 1993 Nizan Guanaes é escolhido como um dos 40 superstars da propaganda pela conceituada revista Advertising Age. A agência já ostentava na sua cartela de clientes, além dos já mencionados: Vasp, Cerveja Antarctica, Dunkin' Donuts... Cinco anos depois a pequenininha DM9 da Bahia, agora uma agência nacional com sede em São Paulo, já era grande. Em 1997 a empresa se associa a uma multinacional e passa a ostentar no logo uma das grifes mais criativas da propaganda mundial: DDB. Doravante denominada de DM9DDB, no ano seguinte fazendo jus ao nome ao conquistar o título de Melhor Agência do Mundo no Festival de Cannes.

 

Dez anos depois

Em 1999 a agência comemorava a sua primeira década de atividades. Nesse curto período de tempo conquistara inúmeros prêmios nacionais e internacionais e principalmente o reconhecimento do mercado e dos consumidores, referência de campanhas que fizeram grande sucesso na mídia: Mamiferos da Parmalat, Amigos da Cerveja Bavaria, Você merece uma Antarctica (Com Daniela Mercury e Ray Charles), velhinha da Sharp, Catchup (lingua) da Parmalat...No ranking de agências figurava como a terceira maior do país e pelo segundo ano consecutivo conquistava o título de Melhor do Mundo no Festival de Sawa.

Sergio Valente

A segunda década

Em 2000 Nizan Guanaes vende a sua participação acionária na agência e deixa a publicidade para empreender negócios na área de Internet, preside o Portal IG com a proposta inicial de ser um provedor gratuito. Em 2002 NIzan e Guga Valente retomam a sociedade com a DDB e trazem de volta Sergio Valente, mais um baiano na história da DM9, para comandar a criação e mais tarde presidir a agência. É o recomeço. Valente prospecta o mercado, conquista contas, retoma o crescimento da agência, interrompido, e volta ao palco e primeiro plano da propaganda brasileira. Mas isso é uma outra história que fica para outra oporunidade.


Um comentário:

Anônimo disse...

Pena que não se lembra da turma de "estrangeiros" que carregaram o piano dos começos dificeis, pois não era possível contar com a "monotonia" da mão de obra local (Bahi).