segunda-feira, 30 de julho de 2012

Olimpíadas, Cultura Olímpica e o Brasil


Artigo por Paulo M. Ferreira

As Olimpíadas são realmente um evento único no mundo e ensina valores fundamentais. Nos mostra o que é, de fato, uma competição. Os duelos olímpicos definem o primeiro lugar e o último lugar. Para se tornar o melhor, você, acima de tudo, deve se esforçar e superar limites. As próximas Olimpíadas serão no Brasil, mas, infelizmente, só restarão as obras e, certamente, futuros escândalos de superfaturamento e enriquecimentos ilícitos. 

O principal legado deste evento mundial que é a cultura olímpica não se incorporará no ideário deste país. Aqui na "Terra Brasilis" impera a cultura do "coitadismo", o patrimonialismo e a crônica aversão ao mérito. Excluíram todos os créditos curriculares obrigatórios de educação física nas Universidades Brasileiras. Os estudantes de medicina e de engenharia, somente como exemplos, não tem em seus currículos de curso a prática desportiva obrigatória. O que se vê hoje, no ambiente universitário, são muitos jovens em idade de potencial biológico máximo para a prática de esportes de alto rendimento, se alcoolizando em bares, jogando dominó, participando de marchas a favor da maconha e outras tantas bobagens... Nas universidades brasileiras, o esporte foi deixado de lado. Os valores que ele nos ensina são muitos e seu legado é para toda a vida: esforço, disciplina, dedicação, planejamento, vitória, derrota, etc. 

Ao ver novamente os EUA liderando, como sempre [sic], os quadros de medalhas, me pergunto por que odeiam tanto esse país? A resposta mais fácil e rápida, mas errada, é culpar o tal "imperialismo". Entretanto, nesse país, o mérito é valorizado, se você tem potencial e acima de tudo, vontade e garra, encontrará quadras, equipamentos, técnicos especializados, mas, principalmente, um ambiente de competição com tantos outros jovens lutando para alçar o pódio de vencedor. Ao ver na TV uma jovem lutadora de judô, que veio de um dos Estados mais pobres do Brasil, o Piauí, se consagrar medalha de ouro nas olimpíadas, se projeta o país de vencedores, o Brasil do Joaquim Cruz, do Aurélio Miguel, do Robert Scheidt... Neste instante, esquecemos, nem que seja por um pequeno lapso temporal, o país em que realmente vivemos.


Paulo M. Ferreira

PS: Artigo dedicado ao meu amigo e ex-Professor de Natação, Mauricio Dahia, que tanto me ensinou para toda a vida.

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