Artigo por Paulo M. Ferreira
As Olimpíadas são realmente um evento único
no mundo e ensina valores fundamentais. Nos mostra o que é, de fato, uma
competição. Os duelos olímpicos definem o primeiro lugar e o último lugar. Para
se tornar o melhor, você, acima de tudo, deve se esforçar e superar limites. As
próximas Olimpíadas serão no Brasil, mas, infelizmente, só restarão as obras e,
certamente, futuros escândalos de superfaturamento e enriquecimentos ilícitos.
O principal legado deste evento mundial que é a cultura olímpica não se incorporará
no ideário deste país. Aqui na "Terra Brasilis" impera a cultura do
"coitadismo", o patrimonialismo e a crônica aversão ao mérito.
Excluíram todos os créditos curriculares obrigatórios de educação física nas
Universidades Brasileiras. Os estudantes de medicina e de engenharia, somente
como exemplos, não tem em seus currículos de curso a prática desportiva
obrigatória. O que se vê hoje, no ambiente universitário, são muitos jovens em
idade de potencial biológico máximo para a prática de esportes de alto
rendimento, se alcoolizando em bares, jogando dominó, participando de marchas a
favor da maconha e outras tantas bobagens... Nas universidades brasileiras, o
esporte foi deixado de lado. Os valores que ele nos ensina são muitos e seu
legado é para toda a vida: esforço, disciplina, dedicação, planejamento,
vitória, derrota, etc.
Ao ver novamente os EUA liderando, como sempre [sic], os
quadros de medalhas, me pergunto por que odeiam tanto esse país? A resposta
mais fácil e rápida, mas errada, é culpar o tal "imperialismo".
Entretanto, nesse país, o mérito é valorizado, se você tem potencial e acima de
tudo, vontade e garra, encontrará quadras, equipamentos, técnicos
especializados, mas, principalmente, um ambiente de competição com tantos outros
jovens lutando para alçar o pódio de vencedor. Ao ver na TV uma jovem lutadora
de judô, que veio de um dos Estados mais pobres do Brasil, o Piauí, se
consagrar medalha de ouro nas olimpíadas, se projeta o país de vencedores, o
Brasil do Joaquim Cruz, do Aurélio Miguel, do Robert Scheidt... Neste instante,
esquecemos, nem que seja por um pequeno lapso temporal, o país em que realmente
vivemos.
Paulo M. Ferreira
PS: Artigo dedicado ao meu amigo e ex-Professor de Natação,
Mauricio Dahia, que tanto me ensinou para toda a vida.
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