domingo, 15 de julho de 2012

Pesquisa testará qualidade do Cacau


ITACARÉ, SALVADOR - O Estado de S.Paulo

Uma das apostas dos produtores baianos para incentivar a retomada de produção e a valorização do cacau é a obtenção do selo de indicação geográfica Cacau Cabruca Sul da Bahia. O projeto deve ser encaminhado até o fim do ano ao Ministério da Agricultura, que solicitara o título para o Instituto Nacional de Proteção Intelectual.

Segundo Adriana Reis, bióloga, especialista em qualidade de cacau no Instituto Cabruca, a ideia é proteger o patrimônio histórico-cultural e sua relação com a conservação do ambiente. "Com a vassoura de bruxa, muitos preferiram desmatar. Esse selo vai proteger a cabruca ao colocar valor no seu produto", diz.
É o primeiro passo de um objetivo ousado - conquistar um selo de denominação de origem, que certifica produtos de locais específicos e reconhecidos por sua qualidade. Um exemplo no Brasil são os vinhos produzido no Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.
A indicação geográfica é relativamente mais fácil de obter porque ela reconhece fama e origem, fatores que Jorge Amado e as novelas da Globo contribuíram para disseminar. A qualidade atestada pela denominação de origem já é um indicador mais difícil de provar.
Produtores que se dedicam a produzir cacau fino e chocolate gourmet a partir do sistema cabruca já conquistaram o público internacional e prêmios por suas amêndoas e usam a cabruca como elemento de marketing. Há também chocolateiros estrangeiros que preferem as sementes nacionais por sua relação com a proteção do ambiente, mas caberá à ciência bater o martelo.
Para isso, o Instituto Cabruca, em parceria com Universidade de Hamburgo (Alemanha), vai comparar a qualidade do cacau cabruca com o plantado a pleno sol. "A gente imagina que o cabruca tem mais qualidade, porque isso tem a ver com solo, com a ciclagem de nutrientes. A pleno sol não tem isso. Queremos provar que é diferente em termos de qualidade sensorial", diz Adriana. E se não o resultado não for esse? "É um risco. Mas não pode ser... Ele é mesmo muito diferente", diz, esperançosa. / G.G.

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