domingo, 4 de janeiro de 2009

Ilhéus - BA
Herança do cacau está nos casarões e fazendas de Ilhéus
O gostinho do passado cacaueiro ainda vive nas fábricas de chocolate e nas construções neoclássicas do centro histórico
Camilla Veras
A baiana Ilhéus deve boa parte de sua personalidade marcante aos séculos de cultivo de cacau no sul do estado. As histórias de cobiça, amores e as lutas de poder que arrebataram a cidade no século 18, foram, inclusive inspiração suficiente para que seu filho adotivo, Jorge Amado, escrevesse o famoso "Gabriela, Cravo e Canela" e "Terras do Sem Fim".


A capital turística da Costa do Cacau fica a 530 quilômetros de Salvador
Crédito: Setur Ilhéus

A natureza generosa, além de criar praias maravilhosas na região, deu uma rasteira nos barões da cana-de-açúcar, e fez com que mudas de cacau trazidas da Amazônia se adaptassem bem até demais ao solo ilheense.

Mesmo sendo tipicamente equatorial, o cacau chegou ao sul da Bahia e fincou raízes, literalmente, por lá.

As recordações da época dos barões do cacau ainda estão vivas no centro histórico, onde podem ser encontrados o palacete Misael Tavares e palácio de Paranaguá.


A construção do teatro de Ilhéus teve início nos anos 30 e foi parte do processo urbanização da cidade decorrente da riqueza trazida pelo cacau
Crédito: Setur Ilhéus

A Associação Comercial também participou da vida do município na época da geração de riquezas do cacau. A arquitetura do prédio em estilo neoclássico vale uma visita.

Conhecer as fazendas de cacau também ajuda a voltar ao passado. Muitas estão abertas aos viajantes e dispostas a mostrar um pouquinho do cultivo do vegetal, desde a plantação até a colheita - com direito a degustação, aliás.


O chocolate é feito da moagem das amêndoas secas e moídas do cacau
Crédito: Setur Ilhéus

As mais visitadas são a Primavera (estrada Ilhéus Itabuna, km 20; tel.: (73) 3231.3996) e a Renascer (BA-262, Ilhéus em direção a Uruçuca), que ficou nacionalmente conhecida após depois de servir de cenário para a gravação de uma novela global que levava seu nome.

A primeira fábrica de chocolates caseiros do Nordeste continua a produzir suas delícias até hoje e também está de portas abertas aos turistas. O dono da fábrica é descendente de suíços e usa receitas dos alpes europeus em seus chocolates. O acesso ao lugar é feito através da rodovia Ilhéus-Uruçuca (tel.: (73) 3639-5300)

Nenhum comentário: